IPCA em alta

Luiz Maia


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Por Tiago Monteiro, Membro Fundador do Cenaristas

 

O Mercado financeiro segue apostando em uma inflação cada vez mais agressiva em 2021 e relativamente moderada em 2022. Neste ano, pela 25ª semana consecutiva, os analistas que subsidiam o Boletim Focus (relatório semanal do Banco Central do Brasil) já projetam o IPCA girando em torno dos 8,45%, pressionando o Comitê de Política Monetária a elevar ainda mais a taxa básica de juros (Selic) nos próximos encontros, deixando-a na casa dos 8,25%.

Em 2022, o IPCA projetado já trafega nos 4,12% e a Selic já é esperada dentro dos 8,5%, impactando não só os juros da dívida pública, mas a própria produção. É tanto que o PIB deste ano e o PIB do próximo ano seguem sendo revistos com menos otimismo nas últimas semanas, quando os analistas passaram a estimar um crescimento de 5,04% e 1,57% respectivamente.

Os motivos para esse apetite inflacionário são os mais diversos, mas podemos destacar:

• A crise hídrica e os custos de produção e distribuição de energia;
• O desabastecimento provocado pela pandemia;
• Secas e geadas impactando a produção;
• Gargalos logísticos elevando os custos de produção;
• O dólar encarecendo a importação de maquinários e insumos para a produção;

A meta inflacionária do governo em 2021 é de 3,75%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é de 2,25% e o superior de 5,25%. Para este ano, o IPCA estará extrapolando e muito o teto de tolerância da flutuação aceitável pelo governo e os seus efeitos práticos transcendem um piso/teto estatístico, corroendo a já sacrificada remuneração dos trabalhadores de baixa renda – verdadeiras vítimas dessa sopinha de letras e de números.


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