CENARISTAS NA MÍDIA: ECONOMIA E NEGÓCIOS EM FOCO, COM ECIO COSTA.


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Teto de juros na canetada

O Senado aprovou um projeto de teto de juros de 30% para cartões de crédito e cheque especial. A medida, vigente durante a pandemia do Covid-19, pode ser estendida em definitivo, pois existe a possibilidade de ser mantida após o término do decreto de calamidade pública. Enquanto senadores justificam que estão fazendo justiça social, esta medida populista mais traz prejuízos do que benefícios aos mais necessitados e não resolve o real problema inerente aos juros exorbitantes cobrados no Brasil.

Os prejuízos superam os benefícios porque os maiores usuários desses dois produtos de crédito são os mais pobres e terão acesso limitado. Eles usam o cartão de crédito, pagando somente parte da fatura em momentos difíceis de queda drástica de renda, entrando no crédito rotativo; e, também fazem saques, usando a função crédito do cartão. Já no cheque especial, uma modalidade de crédito pré-aprovado, é usado quando o cliente zera o saldo de sua conta.

O problema está na concentração bancária no país, onde 5 bancos detêm 80% das operações de crédito; não há informações de crédito sobre os tomadores, aumentando o risco de inadimplência; a taxa e o tempo de recuperação de crédito são piores que em outros países; e, a insegurança jurídica eleva o custo do crédito. Ao invés de resolver estes problemas, essa medida distorce ainda mais os preços, cria gargalos e gera mais insegurança jurídica.


Nota publicada pelo Diário de PE, em 10/08/2020.

http://www.impresso.diariodepernambuco.com.br/noticia/cadernos/economia/2020/08/teto-de-juros-na-canetada.html


Fonte: Diário de PE

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