Oportunidades para a expansão do modelo de condo-hotel no Brasil
Luiz Maia
Chegamos ao oitavo artigo em parceria com a STX, sobre os condo-hotéis. Nesses últimos meses, falamos em detalhes sobre essa forma pouco conhecida de investimento direto em imóveis, o tamanho do mercado brasileiro, as regras atuais e as mudanças recentes feitas pela CVM, diferenças com outros tipos de investimentos em imóveis, como é o caso dos Fundos de Investimentos Imobiliários (FIIs), cases de sucesso locais e funcionamento do mercado fora do Brasil.
A ideia é que esses textos sirvam de referência para qualquer pessoa que queira entender mais dessa modalidade de investimento, e, dessa forma, fique mais tranquila na hora de investir! E isso aos poucos é reconhecido pelos próprios leitores: quando você pesquisa sobre ‘condo-hotéis’ no Google, a coletânea de artigos já aparece bem ranqueada no resultado de busca.
Nesse último artigo dessa série vamos falar desafios e oportunidades para a expansão do modelo no Brasil. Se este mesmo artigo tivesse sido escrito em fevereiro, início da parceria e publicação dos textos, o tom seria completamente diferente. Contudo, tinha uma pandemia no meio do caminho…
COVID-19: o impacto de um vírus na economia
Um vírus desconhecido, que começava a fazer vítimas na região de Wuhan, na China, em meados de dezembro. O governo começou a isolar os moradores naquela região, por meio de uma ação com nome desconhecido, mas logo caiu no conhecimento popular: o ‘lockdown’. Mesmo assim, ficou clara a rapidez na transmissão do vírus e a fatalidade dos casos em pessoas acima de 60 anos e com alguma comorbidade. Complicações na Europa e nos Estados Unidos mostraram que a doença não veio a passeio. Logo em seguida, seguindo o curso natural das coisas, chegou aqui no Brasil.
De qualquer forma, o impacto do vírus na economia foi impressionante, seja pelo lado direto, que é o fechamento impositivo de lojas, comércios, shoppings e indústrias, seja pelo aspecto indireto, que é a redução da demanda por bens e serviços devido ao medo ocasionado pelo vírus desconhecido. O aumento da taxa de desemprego no mundo inteiro, falência de empresas e redução do bem-estar geral são notáveis.
Mas e os condo-hotéis, o que tem a ver com isso?
Os imóveis fazem parte da economia real, e são atingidos pelas crises econômicas. Só para se ter uma ideia, no começo do ano, os principais analistas de mercado estimavam que a economia brasileira cresceria em torno de 2,5% em 2020, superando consideravelmente o resultado de 2019, quando crescemos 1,1%. Com o aprofundamento da crise provocada pela pandemia de COVID-19, as expectativas para o PIB desabaram numa velocidade impressionante. No mais recente Boletim Focus divulgado pelo Banco Central com as expectativas econômicas para o fim de 2020, já pode ser observada queda superior a 6% neste ano para essa variável.
Dessa forma, não há dúvidas que 2020 será um ano difícil para a economia e para os investimentos. Porém, o copo ‘meio cheio’ dessa história é que podemos ver esse momento como uma turbulência temporária. Essa visão é bastante importante em investimentos de prazo mais longo, como é o caso do mercado acionário, por exemplo, ou dos investimentos imobiliários, como é o caso dos condo-hotéis. As duas imagens abaixo ajudam a entender esse conceito de longo-prazo, tão conhecido no mundo financeiro:
Fonte: Terraço Econômico